PCP de Barcelos diz que “elevado índice de endividamento do Municipio se deve à decisão política do PSD de privatizar a distribuição de água e saneamento”

Tendo por base o Anuário Financeiro dos Municípios Portugueses 2024, o PCP de Barcelos defendeu, em comunicado envidado às redações, que “o elevado índice de endividamento se deve à decisão política do PSD de privatizar a distribuição de água e saneamento, e à subsequente decisão do PSD/CDS”. Na mesma nota, os comunistas de Barcelos escrevem que “estas medidas terão contribuído com cerca de 25 milhões de euros para a dívida municipal, representando aproximadamente 50% do endividamento total.
O documento a que a Rádio Barcelos teve acesso, refere ainda “que o endividamento, em si mesmo, não seria tão preocupante se os problemas estruturais do concelho estivessem a ser resolvido.”

 

Abaixo nota de imprensa na integra do PCP de Barcelos

Sobre os prazos de pagamento a fornecedores e endividamento do Município de Barcelos
Com base no Anuário Financeiro dos Municípios Portugueses 2024, a situação financeira do Município de Barcelos tem-se deteriorado, apresentando resultados preocupantes nos indicadores de endividamento e prazo de pagamento a fornecedores, colocando-o entre os municípios com pior desempenho. A progressiva deterioração destes indicadores, ano após ano, é particularmente alarmante.
O Partido Comunista Português (PCP) associa o elevado índice de endividamento à decisão política do PSD de privatizar a distribuição de água e saneamento, e à subsequente decisão do PSD/CDS, com o apoio do CDS e parte do PS, de reforçar a concessão. Estas medidas terão contribuído com cerca de 25 milhões de euros para a dívida municipal, representando aproximadamente 50% do endividamento total.
O PCP defende que o endividamento, em si mesmo, não seria tão preocupante se os problemas estruturais do concelho estivessem a ser resolvidos, o que não se verifica. Barcelos carece de investimento significativo em áreas como desporto e cultura (com uma notória falta de equipamentos adequados), o desenvolvimento da zona ribeirinha está largamente por concretizar, muitas escolas enfrentam condições precárias e as infraestruturas de mobilidade não satisfazem as necessidades da população.
No que respeita ao prazo de pagamento a fornecedores, o Anuário revela que o Município tem demorado cada vez mais a efetuar os pagamentos. Esta situação agrava as dificuldades financeiras já enfrentadas pelas pequenas e médias empresas (PME), que constituem a maioria dos fornecedores do Município. As PME confrontam-se com o aumento acentuado dos custos operacionais (água, eletricidade, comunicações, rendas, matérias-primas, juros e comissões bancárias, etc.) e com a diminuição do poder de compra dos barcelenses, sendo o atraso nos pagamentos municipais um fator adicional de pressão.
Em suma, o PCP considera que estes indicadores, aliados à falta de investimento na resolução dos problemas estruturais do concelho, refletem uma governação sem estratégia, que tem prejudicado o desenvolvimento social, económico, cultural e desportivo de Barcelos.
Barcelos, 18 de Novembro 2025