Ministério do Ambiente diz que suspensão da Linha de Muito Alta Tensão, em Barcelos, não é opção para o Governo

 

 

Ministério do Ambiente e Acção Climática diz que a linha de muito alta tensão entre Ponte de Lima e Famalicão, com passagem por Barcelos, já está em construção e a suspensão dos trabalhos “não será opção do Governo”.

Em resposta a uma pergunta apresentada por três deputados do Bloco de Esquerda (BE), a que a Lusa teve acesso, o Ministério acrescenta que a linha terá um total de 107 postes, já foram iniciados trabalhos em cerca de 40%, incluindo no concelho de Barcelos, onde o projecto é contestado, designadamente com recurso aos tribunais.

Na resposta, o ministério vinca ainda que a suspensão da instalação da linha, reclamada pela Câmara de Barcelos, “não será opção do Governo”, dada a “sua importância para o Sistema Eléctrico Nacional”.

Questionado pelo BE sobre a eventual colocação subterrânea dos cabos, o ministério tutelado por João Pedro Matos Fernandes diz que essa solução só deve ser utilizada “em situações muito particulares”, dados os custos associados.

 

Recorde-se que a Câmara de Barcelos (PS) interpôs uma providência cautelar pedindo o embargo da obra e a abstenção de qualquer conduta ou operação material que se relacione com a construção da linha, bem como a suspensão da eficácia da declaração de impacto ambiental e a suspensão da eficácia do despacho que concedeu a licença de construção.

A acção já foi indeferida em duas instâncias, mas a Câmara recorreu para o Supremo Tribunal Administrativo, estando ainda a aguardar decisão.

A Câmara alega que o traçado da linha vai penalizar nove freguesias do concelho, com particular incidência em Perelhal, Vila Seca e Macieira de Rates, onde passará por “zonas populacionais importantes”.

Fala em impactos ambientais e em riscos para a saúde pública.

Segundo o Ministério do Ambiente, “Portugal dispõe de legislação que garante a total segurança de pessoas e bens debaixo e na vizinhança imediata das linhas” de muito alta tensão, “conforme as mais recentes recomendações de organizações internacionais de saúde”.

 

 

(foto: DR)